EFEMÉRIDE
– André de Resende, frade dominicano, intelectual, teólogo, arqueólogo e grande
pensador humanista português, morreu em 9 de Dezembro de 1573. Nascera em Évora,
em data desconhecida, por volta de 1500. Ficou órfão de pai aos dois anos. Em
1508, estudou gramática com Estevão Cacaleiro, tendo estado no Convento da
Ordem de São Domingos de Évora até aos dez anos.
De 1513 a 1517, encaminhado
pela mãe, estudou em Alcalá de Henares, passando – no ano seguinte – ao Estudo
de Salamanca, onde se doutorou, tendo como mestre de Grego, Latim
e Retórica o também português Aires Barbosa. Entre 1518 e 1526, foi até
ao sul de França, onde esteve dois anos, repartidos entre Marselha e Aix, tendo
recebido nesta última cidade as ordens de diácono. Em 1527, ano da morte da
mãe, encontrava-se em Paris.
Em 1529, esteve em Lovaina, desenvolvendo grande actividade
literária. Provavelmente em 1530, frequentou a Universidade de Paris,
onde – segundo o seu próprio testemunho – cursou aulas de Grego.
Em
1531, passou a residir em casa do embaixador português junto da corte de Carlos
V em Bruxelas, D. Pedro Mascarenhas, entrando assim no séquito do diplomata.
Em
1533, regressou definitivamente ao Reino, indo acolher-se no Convento de
Évora. Depois, em casa própria, regeu uma escola pública que
voluntariamente encerrou em 1555, quando o ensino foi entregue aos Jesuítas,
tendo-se recolhido novamente no Convento de São Domingos, em Évora.
Começou
então o ciclo da sua actividade intelectual em Portugal. Vivamente
interessado pela arqueologia, dedicou-se a estudar os diferentes objectos
encontrados. André de Resende foi, provavelmente, o pioneiro da arqueologia em
Portugal, à qual se dedicou com zelo, devendo-se-lhe o primeiro estudo dos
monumentos epigráficos da época romana em Portugal.
Teve
uma profunda acção como ideólogo do Renascimento e como pedagogo
divulgador dos estudos latinos e gregos, tendo deixado uma vasta produção
literária – cerca de 150 obras em prosa e em verso, escritas em latim e
português. Lovaina foi a cidade belga onde tomou contacto com as várias correntes
humanistas, tornando-se amigo de personalidades muito próximas do grande
pensador Erasmo. É considerado um dos principais representantes do Humanismo
em Portugal.
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