quarta-feira, 13 de junho de 2018

13 DE JUNHO - MARLENE


EFEMÉRIDE - Marlene, de seu verdadeiro nome Victória Bonaiuti de Martino Delfino dos Santos, cantora e actriz brasileira, morreu no Rio de Janeiro em 13 de Junho de 2014. Nascera em São Paulo no dia 22 de Novembro de 1922.
Tendo gravado mais de quatro mil canções durante a sua carreira, Marlene (juntamente com Emilinha Borba) foi uma das maiores lendas da rádio brasileira na sua época de ouro. A sua popularidade nacional também resultou em convites para o cinema e teatro, tendo igualmente trabalhado em cinco revistas. As suas actividades internacionais incluíram tournées pelo Uruguai, Argentina, Estados Unidos (onde se apresentou no Waldorf-Astoria Hotel e em Chicago) e França (apresentando-se durante quatro meses e meio no Olympia de Paris, a convite de Édith Piaf, que a vira no Copacabana Palace, no Rio). Também compositora, fez o samba-canção “A grande verdade” (parceria com Luís Bittencourt) gravado por Dalva de Oliveira, em 1951.
Os pais eram italianos e Victória Bonaiuti de Martino era a mais nova de três filhas. O pai, morreu sete dias antes do seu nascimento. A viúva, Antonieta, não se casou novamente e criou sozinha as filhas, dando aulas de alfabetização no Instituto de Surdos e Mudos de São Paulo e fazendo trabalhos de costura.
Devota da Igreja Baptista, internou a filha mais nova no Colégio Baptista Brasileiro, cujas mensalidades foram dispensadas em troca de serviços prestados ao colégio, como arrumação dos quartos. Marlene estudou ali, dos nove aos quinze anos, destacando-se nas actividades desportivas, assim como no coro juvenil da igreja.
Quando deixou o colégio, ingressou na Faculdade do Comércio, com o objectivo de se tornar contabilista. Na mesma época, empregou-se também num escritório. Começou a participar igualmente numa associação de estudantes, recém-formada, a qual passou a dispor de um espaço na Rádio Bandeirantes - “A Hora dos Estudantes”, programa onde seria cantora. Foi nessa época que os seus colegas escolheram, por eleição, o seu nome artístico, em homenagem à actriz alemã Marlene Dietrich.
Marlene acabou por deixar o curso para segundo plano, dando prioridade à actividade artística. Em 1940, estreou-se como profissional na Rádio Tupi de São Paulo. Fez tudo isto às escondidas da família que, por razões religiosas e sociais vigentes naquele tempo, não admitiria esta incursão no mundo artístico. O nome artístico escondeu a sua verdadeira identidade até ser descoberta, por faltar às aulas, o que resultou num castigo exemplar por parte de sua mãe.
Mas ela já estava decidida a seguir a carreira. Assim, em 1943, apesar da desaprovação familiar, partiu para o Rio de Janeiro onde, após ser aprovada no teste, passou a cantar no Casino Icaraí, em Niterói. Ali permaneceu dois meses, até ser convidada para o Casino da Urca, contratada para vocalista da orquestra.
Em 1946, houve a proibição dos jogos de azar e o consequente encerramento dos casinos, por decreto presidencial. Marlene, então, mudou-se com a orquestra para a Boîte Casablanca. Dois anos depois, tornou-se a artista principal do Copacabana Palace.
Passou a actuar também na Rádio Mayrink Veiga e, no ano seguinte, na Rádio Globo. Entretanto, já se tinha estreado em disco, pela Odeon, em meados de 1946, com as gravações dos sambas “Suingue no morro” e “Ginga, ginga, moreno”. Foi, porém, no carnaval do ano seguinte que Marlene teve o seu primeiro grande sucesso - a marchinha “Coitadinho do papai”. E foi a cantar esta música que ela se estreou no programa César de Alencar, na Rádio Nacional, em 1948. Marlene tornava-se uma das maiores estrelas da emissora. Ainda nesse ano, foi contratada pela gravadora Continental. Marlene esperou o fim do seu contrato com o Copacabana Palace para abandonar os espectáculos nas boîtes, dedicando-se à rádio, aos discos e, posteriormente, ao cinema e ao teatro.
Marlene teve também, juntamente com o seu marido nessa época (Luís Delfino), um programa exclusivo que era transmitido aos sábados às 20 horas e se intitulava “Marlene Meu Bem”.
Marlene foi internada no Hospital Casa de Portugal em 7 de Junho de 2014, devido a uma pneumonia severa. A sua morte ocorreu seis dias depois.

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