EFEMÉRIDE
– Fabian Ludwig Georg Adolf Kurt von Schlabrendorff, jurista alemão,
um dos poucos líderes da resistência ao regime nazi que sobreviveu ao final da
guerra, nasceu em Halle an der Saale no dia 1 de Julho de 1907. Morreu em
Wiesbaden, em 3 de Setembro de 1980.
Fez
a sua vida como advogado, até ser incorporado no exército alemão durante a Segunda
Guerra Mundial. Como muitos outros, não era favorável ao regime de Adolf Hitler, que via como um
perigo para a nação alemã. As suas opiniões políticas aproximaram-no do círculo
da resistência no exército, liderada por diversos oficiais da Wehrmacht
e Abwehr. Quando chegou a hora de entrar no serviço militar activo, foi
recrutado como adjunto do Coronel Henning von Tresckow (mais tarde General), um
dos activistas da resistência. Tresckow passou a maior parte da guerra
destacado na frente Leste e Schlabrendorff, mais livre para viajar com
frequência, fazia a ligação entre o seu núcleo e os conspiradores de Berlim,
nomeadamente Ludwig Beck, Carl Goerdeler, Hans Oster e Friedrich Olbricht.
Juntos planearam muitos atentados e golpes de estado, dos quais apenas dois
foram levados à prática. Schlabrendorff foi instrumental na primeira das
tentativas para assassinar Hitler, em Março de 1943, tendo sido o responsável pela
introdução de explosivos, disfarçados em garrafas de conhaque, no avião que
devia transportar o Führer de regresso à Alemanha. A bomba não detonou por
falha no dispositivo de ignição.
Schlabrendorff
esteve também envolvido no segundo e mais conhecido atentado, em 20 de Julho de
1944, protagonizado por Claus von Stauffenberg. Mais uma vez, Adolf Hitler
sobreviveu e a tentativa resultou numa caça aos conspiradores da resistência.
Muitos, como Beck e Tresckow, suicidaram-se. Alguns foram executados sumariamente
no dia seguinte e Schlabrendorff foi preso pela Gestapo. O
interrogatório, acompanhado de torturas, levou alguns meses, sem que as forças
de segurança conseguissem arrancar-lhe qualquer informação. Finalmente, em
Fevereiro de 1945, Schlabrendorff foi apresentado ao Volksgerichtshof (“Tribunal
do Povo”), para enfrentar julgamento e uma inevitável pena de morte. Por
mero acaso, a Força Aérea Americana realizou um bombardeamento sobre
Berlim e a sessão teve de ser cancelada. Nunca seria reatada, uma vez que
Roland Freisler, o juiz, morreu esmagado por uma trave na cave do edifício do
tribunal que foi bombardeado. Provavelmente, foi o que salvou a vida de Fabian,
pois Freisler era um nazi convicto, que mandara executar cerca de 90% dos réus
presentes ao seu tribunal especial para crimes políticos.
Entre
Fevereiro e o final da guerra, Schlabrendorff esteve detido em vários campos de
concentração, passando por Sachsenhausen e Dachau, até ser libertado pelas
tropas americanas em Maio de 1945.
Depois da guerra, Schlabrendorff regressou à vida como jurista, tendo sido juiz do Tribunal
Constitucional da Alemanha Ocidental, entre 1967 e 1975.
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