EFEMÉRIDE
– Eyvind Johnson, de seu verdadeiro nome Olof Edvin Verner Jonsson,
escritor sueco, nasceu em Svartbjörnsbyn no dia 29 de Julho de 1900. Morreu
em Estocolmo, em 25 de Agosto de 1976. Foi laureado com o Prémio Nobel de
Literatura em 1974, ex aecquo com
Harry Martinson, num ano em que também estavam nomeados Vladimir Nabokov, Saul
Bellow, Graham Greene e Jorge Luis Borges.
Nasceu
numa pequena aldeia, no seio de uma família muito pobre. O pai trabalhava num
estaleiro ferroviário. Em virtude das condições precárias em que viviam, aos 4
anos de idade, foi colocado numa família de acolhimento.
Frequentou
a escola até aos 13 anos, sendo esta a única formação escolar que recebeu em
toda a sua vida. Começou a trabalhar aos catorze, em pequenos ofícios. Em 1917,
juntou-se ao movimento sindical, tornando-se depois militante socialista a
tempo inteiro e passando a viver em Estocolmo.
De 1921 a 1923, esteve em
Berlim e depois em Paris, onde subsistiu com pequenos ordenados pagos por
jornais socialistas. Em 1924, publicou a sua primeira recolha de novelas e, no
ano seguinte, um romance.
Voltou
depois a França, tendo vivido num prédio modesto em Saint-Leu-la-Forêt, onde
escreveu mais dois romances (1927 e 1928). Do período em que esteve em França,
notam-se influências de Marcel Proust e André Gide.
A
obra de Johnson denota várias pesquisas inovadoras no plano de narração e de
linguagem, misturando a denúncia das injustiças da época e uma indomável
confiança no progresso social e na renovação da alma humana. Este optimismo foi
certamente impulsionado pelas fortes convicções de homem de esquerda. Os seus
livros, as suas reflexões e os seus raciocínios fizeram dele uma instância
moral e uma consciência desperta acerca de acontecimentos do seu tempo.
Em “Bobinack ”
(1932), ele tentou conciliar a crítica social de inspiração utópica e marxista com
uma fé profunda no Homem. Em “O Romance de Olof”, editado em 1945, ele
dedica-se a um registo mais autobiográfico.
Nos
anos 1940, tomou partido contra as ditaduras e todas as formas de
opressão política, apoiando por exemplo as reivindicações autonómicas da
Finlândia. Através de trilogia romanesca “Krilon” (1941/43), criticou
abertamente a neutralidade sueca durante a Segunda Guerra Mundial. Escreveu
seguidamente ”Feliz Ulisses” (1946), livro que parodia com irreverência
o célebre poema de Homero (“Odisseia”).
Tendo-se
tornado um escritor muito popular pelo seu engajamento e humanismo, foi eleito
para a Academia Sueca em 1957. O Nobel foi-lhe atribuído em 1974
«pela sua arte de narração, que atravessa as terras e os tempos, para se pôr
ao serviço da liberdade». Faleceu dois anos depois.
Na
Suécia, traduziu as obras de Gustave Flaubert, Anatole France, Jules Verne,
Albert Camus e Jean-Paul Sartre.
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