quinta-feira, 16 de julho de 2015

16 DE JULHO - MÁRIO DIONÍSIO

EFEMÉRIDEMário Dionísio, crítico, escritor, pintor e professor português, nasceu em Lisboa no dia 16 de Julho de 1916. Morreu, igualmente em Lisboa, em 17 de Novembro de 1993. Personalidade multifacetada, Mário Dionísio teve uma acção cívica e cultural marcante no século XX português, com particular incidência nos domínios literário e artístico.
Frequentou, em Lisboa, os liceus Luís de Camões e Gil Vicente e, em Évora, o liceu André Gouveia. Licenciou-se em Filologia Românica em 1940, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi professor do ensino liceal e secundário e, depois do 25 de Abril de 1974 até 1986, leccionou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi autor de uma vasta obra literária nos domínios da poesia, ficção e ensaio. Fez crítica literária e de artes plásticas; realizou conferências e interveio em debates. Colaborou em diversas publicações periódicas, entre as quais: “Presença”, “Altitude”, “Revista de Portugal”, “Seara Nova”, “Vértice”, “Diário de Lisboa”, “Mundo Literário” e “Gazeta Musical e de todas as Artes”. Prefaciou obras de autores como Manuel da Fonseca, Carlos de Oliveira, José Cardoso Pires e Alves Redol.
Teve uma forte ligação às artes plásticas. Além da actividade como pintor (desde 1941), foi um dos principais impulsionadores das Exposições Gerais de Artes Plásticas. Integrou o júri da II Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian. Escreveu inúmeros textos, de diversa ordem, das simples críticas até à obra de referência que é “A Paleta e o Mundo” (2 volumes 1959/60).
Como artista plástico, usou os pseudónimos de Leandro Gil e José Alfredo Chaves. Participou em diversas exposições colectivas, nomeadamente nas Exposições Gerais de Artes Plásticas de 1947/48/49/50/51/53. Realizou as suas primeiras exposições individuais de pintura em 1989 (Lisboa e Porto).
Mário Dionísio desempenhou um papel de relevo na teorização do Neo-realismo português. No contexto das tentativas de reforma cultural encetadas pelos intelectuais dessa corrente, através de palestras e outras acções culturais, participou num esforço conjunto de aproximar a arte e o público, de que resultou, por exemplo, a já citada obra “A Paleta e o Mundo”, constituída por uma série de lições sobre a arte moderna. Poeta e ficcionista empenhado, fiel ao “novo humanismo”, atento à verdade do indivíduo e às suas dolorosas contradições, acolheu, nas suas obras, o espírito de modernidade e as revoluções linguísticas e narrativas da arte contemporânea.
Com o livro “Terceira Idade” recebeu, em 1982, o Prémio do Centro Português da Associação Internacional de Críticos Literários, ex-aequo com uma obra de Alexandre O'Neill. Escreveu a sua “Autobiografia” em 1987.
Em Setembro de 2009, abriu ao público a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio, fundada em Lisboa em Setembro do ano anterior por mais de meia centena de familiares, amigos, ex-alunos, ex-assistentes, conhecedores e estudiosos da sua obra. Partindo do espólio, interesses e obra de Mário Dionísio, a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio pretende ser um pólo cultural na cidade de Lisboa.

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