EFEMÉRIDE
– Mário Dionísio, crítico, escritor, pintor e professor português, nasceu em
Lisboa no dia 16 de Julho de 1916. Morreu, igualmente em Lisboa, em 17 de
Novembro de 1993. Personalidade multifacetada, Mário Dionísio teve uma acção
cívica e cultural marcante no século XX português, com particular incidência
nos domínios literário e artístico.
Frequentou,
em Lisboa, os liceus Luís de Camões e Gil Vicente e, em Évora, o
liceu André Gouveia. Licenciou-se em Filologia Românica
em 1940, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Foi
professor do ensino liceal e secundário e, depois do 25 de Abril de 1974
até 1986, leccionou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi
autor de uma vasta obra literária nos domínios da poesia, ficção e ensaio. Fez
crítica literária e de artes plásticas; realizou conferências e interveio em debates. Colaborou
em diversas publicações periódicas, entre as quais: “Presença”, “Altitude”,
“Revista de Portugal”, “Seara Nova”, “Vértice”, “Diário
de Lisboa”, “Mundo Literário” e “Gazeta Musical e de todas as
Artes”. Prefaciou obras de autores como Manuel da Fonseca, Carlos de
Oliveira, José Cardoso Pires e Alves Redol.
Teve
uma forte ligação às artes plásticas. Além da actividade como pintor (desde
1941), foi um dos principais impulsionadores das Exposições Gerais de Artes
Plásticas. Integrou o júri da II Exposição de Artes Plásticas da
Fundação Calouste Gulbenkian. Escreveu inúmeros textos, de diversa ordem,
das simples críticas até à obra de referência que é “A Paleta e o Mundo”
(2 volumes 1959/60).
Como
artista plástico, usou os pseudónimos de Leandro Gil e José Alfredo
Chaves. Participou em diversas exposições colectivas, nomeadamente nas Exposições
Gerais de Artes Plásticas de 1947/48/49/50/51/53. Realizou as suas primeiras
exposições individuais de pintura em 1989 (Lisboa e Porto).
Mário
Dionísio desempenhou um papel de relevo na teorização do Neo-realismo
português. No contexto das tentativas de reforma cultural encetadas pelos
intelectuais dessa corrente, através de palestras e outras acções culturais,
participou num esforço conjunto de aproximar a arte e o público, de que
resultou, por exemplo, a já citada obra “A Paleta e o Mundo”,
constituída por uma série de lições sobre a arte moderna. Poeta e ficcionista
empenhado, fiel ao “novo humanismo”, atento à verdade do indivíduo e às suas
dolorosas contradições, acolheu, nas suas obras, o espírito de modernidade e as
revoluções linguísticas e narrativas da arte contemporânea.
Com
o livro “Terceira Idade” recebeu, em 1982, o Prémio do Centro
Português da Associação Internacional de Críticos Literários, ex-aequo
com uma obra de Alexandre O'Neill. Escreveu a sua “Autobiografia” em
1987.
Em
Setembro de 2009, abriu ao público a Casa da Achada – Centro Mário Dionísio,
fundada em Lisboa em Setembro do ano anterior por mais de meia centena de
familiares, amigos, ex-alunos, ex-assistentes, conhecedores e estudiosos da sua
obra. Partindo do espólio, interesses e obra de Mário Dionísio, a Casa da
Achada – Centro Mário Dionísio pretende ser um pólo cultural na cidade de
Lisboa.
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