sábado, 4 de julho de 2015

4 DE JULHO - ADOLFO CASAIS MONTEIRO

EFEMÉRIDEAdolfo Vítor Casais Monteiro, poeta, crítico e novelista português, nasceu no Porto em 4 de Julho de 1908. Morreu em São Paulo, Brasil, de 23 para 24 de Julho de 1972. Licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas (1933) na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde foi colega de Agostinho da Silva e Delfim Santos. Iniciou a carreira de professor no Liceu Rodrigues de Freitas, no Porto. Em 1937, foi afastado da carreira docente por motivos políticos. Viria a exilar-se no Brasil em 1954, pelas mesmas razões.
Em 1930, após o afastamento de Miguel Torga, Branquinho da Fonseca e Edmundo de Bettencourt, Adolfo Casais Monteiro foi director da revista literária coimbrã “Presença”, juntamente com José Régio e João Gaspar Simões. A revista viria a extinguir-se em 1940, tendo provavelmente contribuído para o seu encerramento as opções políticas de Casais Monteiro. Foi preso diversas vezes, devido às suas opiniões adversas ao Estado Novo. Dirigiu, sob anonimato, o semanário “Mundo Literário” em 1936 e 1937.
Expulso do ensino, Casais Monteiro fixou-se em Lisboa, vivendo da literatura, como autor, tradutor e editor. Tal como Agostinho da Silva e Jorge de Sena, acabaria por partir para o Brasil, dado o seu estatuto de opositor a Salazar. Também dirigiu a revista “Princípio” (1930), tendo colaborado na revista de cinema “Movimento” (1933/34) e nas revistas “Sudoeste” (1935) e “Variante” (1942/43).
Tendo participado nas comemorações do 4.º Centenário de Cidade de São Paulo, em 1954, Adolfo Casais Monteiro fixou-se no Brasil, leccionado desde então Literatura Portuguesa em diversas universidades brasileiras, designadamente na Universidade da Bahia (Salvador), até se fixar em 1962 na Universidade Estadual Paulista. Publicou por essa altura vários ensaios, ao mesmo tempo que escrevia, como crítico, em vários jornais brasileiros, tendo deixado contributos para o estudo de Fernando Pessoa e do “grupo da Presença”.
Entre os seus trabalhos de tradução, conta-se “A Germânia”, de Tácito, publicado em 1941. O seu único romance, “Adolescentes”, foi editado em 1945. A sua obra poética, iniciada em 1929 com “Confusão”, foi influenciada pelo primeiro modernismo português, aproximando-se estilisticamente do esteticismo de André Gide.
Enquanto alguns autores o descrevem como independente do Surrealismo, outros acentuam a influência que esta corrente estética teve sobre ele, como se pode verificar nos seus ensaios sobre autores como Jules Supervielle, Henri Michaux e Antonin Artaud. Muita da sua obra poética dedica-se ao período histórico específico por ele vivido, como acontece no poema “Europa”, de 1945, que foi lido pelo seu amigo e companheiro do “Mundo Literário”, António Pedro, aos microfones da BBC de Londres.
Foi casado com Maria Alice Pereira Gomes, também escritora e irmã de Soeiro Pereira Gomes, da qual teve um filho. Em 10 de Junho de 1992, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade a título póstumo.

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